Maringá, 09 de março de 2021

O Sindicato da Indústria da Construção Civil - Sinduscon/PR-Noroeste, cumprindo seu papel legal de representante deste importante setor produtivo, torna pública sua contrariedade ao decreto 632/2021, publicado pela prefeitura de Maringá nesta segunda-feira.

Somos a favor da prevenção da Covid-19 e da proteção à vida. Porém, ressaltamos que a construção civil é considerada setor essencial por decretos federal e estadual por sua importância na economia nacional, e, portanto, a atividade deve ser mantida durante a pandemia, e se necessária a paralisação, esta deve ser feita com planejamento e antecedência.

A paralisação de qualquer atividade causa por si só prejuízos incalculáveis, mas paralisar um setor produtivo no final da tarde agrava exponencialmente estes prejuízos e provoca sérios riscos ao entorno. As obras seguem cronograma de uso de materiais e recebimento de insumos, a surpresa gera a impossibilidade de reprogramação das atividades como entregas de insumos agendadas, e a interrupção de atividades não planejadas podem resultar em riscos para o entorno, como tubulões abertos sem concretagem, valetas e contenções de terra com riscos de desmoronamento, escoramentos e caixarias de madeira não finalizada em andares altos, com risco de quedas, entre outros.

Todos estes riscos seriam eliminados se houvessem um diálogo com o setor, possibilitando o planejamento das atividades nos canteiros de obras, sem sermos surpreendidos com decretos publicados ao final do dia.

Ressaltamos que nossos canteiros são ambientes controlados e isolados por tapumes, o que já demonstra que a circulação de pessoas é restrita e monitorada. Além disso, as obras não recebem público externo, e os dados do setor confirmam que as infecções pelo coronavírus no ambiente de trabalho são raras, pois os canteiros não têm aglomeração, são predominantemente abertos ou arejados e não recebem clientes.

Desta forma, fica registrada nossa indignação pela construção civil ser a única representante do setor industrial que teve as atividades suspensas.

Rogério Yabiku
Presidente - SINDUSCON-PR/NOROESTE